The Flash: Análise ao filme, sem spoilers!

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The Flash é o filme mais recente do Universo DC, e o qual protagoniza Ezra Miller que, como sabemos, tem andado metido em problemas suficientes na sua vida pessoal, de modo a influenciar a escolha de os fãs irem ou não gastar o seu dinheiro num filme que o tem como cabeça de cartaz. 

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The Flash é ligeiramente baseado na história da DC Comics, com o nome Flashpoint, em que Barry Allen (Miller) viaja no tempo para evitar a morte da sua mãe, Nora, e a prisão injusta do seu pai, Henry. No entanto, Barry acaba por mudar não só o presente, mas também o passado, e dá por si num universo alternativo onde Bruce Wayne (Michael Keaton) é um tanto ou quanto diferente do Batman que conhece (Ben Affleck). 

Juntamente com o seu eu do universo alternativo, Barry tenta salvar a linha temporal em que a sua mãe sobreviveu, ao ataque do General Zod com a ajuda da Supergirl (Sasha Calle).

A realização do filme ficou a cargo de Andy Muschietti que tenta recriar assim a história do Flashpoint, que já foi anteriormente adaptado em live-action na série televisiva The Flash e na animação no filme Liga da Justiça, de 2013: The Flashpoint Paradox. Infelizmente, não chega perto dos eventos da série, nem da adaptação mais violenta, madura e fiel à banda desenhada do filme de animação. 

O filme do Flash é, em vez disso, a adaptação mais ténue do Flashpoint, com um guião que se concentra nas coisas menos boas e um enredo frenético que não permite um grande desenvolvimento das personagens.

The Flash deveria ser a história de Barry, mas não apresenta um argumento convincente para nos preocuparmos com ele. Nora, a mãe de Barry, é um exemplo típico de uma mãe que apoia e ama o seu filho de forma incondicional. Há, pelo menos, alguns traços de personalidade na personagem, mas são apenas incluídos por razões de enredo ou para criar ligações emocionais mais tarde. 

A relação de Barry com Nora é o ponto crucial do Flashpoint, mas The Flash não lhe dá atenção ou tempo suficiente para que seja algo mais do que uma dinâmica mãe-filho de uma só dimensão. E a ligação emocional que nos faria sentir com a perda de uma figura tão importante nas nossas vidas, acaba por dissipar por causa de todos os cameos que são forçados no filme, para dar uso à palavra multiverso.

Mas por falar em multiverso, no que toca aos restantes membros apresentados no filme, a Supergirl é aquela que chama mais à atenção durante o tempo que tem ecrã. Não pela elaboração da sua personalidade ou até mesmo pela explicação de o porquê ela ser uma figura importante, mas sim pelas suas lutas. A sua luta com Zod é um dos pontos altos.

Com a apresentação da Supergirl, nota-se claramente que o diretor quis homenagear Zack Snyder e a visão inicial que ele tinha para este universo. A maneira como os Kryptonianos se movem, é um dos pontos que faz ligação direta ao Snyder Verse. 

No que toca ao grande momento nostálgico do filme, o regresso de Michael Keaton na sua versão de Batman, é sem dúvida a melhor parte do filme. Desde o momento que ele surge no ecrã, é como se fossemos levados de novo para 1989 e vermos o Cavaleiro das Trevas no seu esplendor. Não só a apresentação do Batman de Keaton faz juz ao filmes antigos, como ainda melhoram a sua performance, com a nova tecnologia, mantendo em muitas partes o estilo de filmagem de Tim Burton. Desde os ângulos de câmera baixos quando o Bats caminha, até aos momentos de zoom quando surge o Batmobile ou o Batwing. São todas boas ligações aos filmes clássicos dos inícios dos anos 90.

No que diz respeito ao outro Batman no filme, e aquele que muitos consideram o melhor Batman em live-action, este filme não lhe faz tanto juz como ao de Keaton por exemplo. Muito em causa está o humor que tentam impingir nas falas do Morcegão. É certo que esse tipo de tom encaixa bem do Batman do Keaton, mas a versão do Batfleck é muito mais sombria. E o humor que ele solta de quando em vez, é muito específico. (Sim porque ele existe em Batman v Superman, mesmo para quem diga que não). Dito isto, esta foi a despedida de Ben Affleck da capa do Cavaleiro das Trevas, e não deixa de ser de certo modo, um pouco agridoce. 

No que diz respeito aos outros cameos surpresa, são de fato um dos pontos de choque do filme e claramente desenhados para fazer sair o ar dos pulmões das plateias na sala de cinema. Contudo, mesmo neste aspeto, esperava um pouco mais, tendo em conta que o evento no Arrowverse, com o nome Crisis on the Infinite Earths, fez até um melhor trabalho.

Ainda assim, o filme apresenta muitas ideias interessantes, desde as duas versões de Barry Allen e a abordagem do multiverso através do Flashpoint até ao regresso do Batman de Keaton e à introdução da Supergirl, mas não consegue concretizar qualquer uma delas. E tendo em conta que o filme saiu no mesmo mês do Spider-Man: Através do Spider-Verse, pode-lhe afetar a performance na bilheteira. Não só pelas dúvidas que o público sente em relação ao universo DC atualmente, mas também porque o Spider Verse mostra realmente como se faz um filme de multiverso.

EM SUMA

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The Flash é um filme divertido com bons momentos para os fãs da DC, mas que sem dúvida os mais ferrenhos são os que os vão apreciar. Com o futuro do Velocista ainda incerto, e tendo em conta que o James Gunn disse que este seria um “soft reboot” do universo. Há muita coisa que fica. digamos… um pouco a desejar. 

E depois de todo o hype que foi gerado por opiniões como a do Tom Cruise e do Stephen King e outros grandes nomes, eu esperava um pouco mais. Ainda assim, recomendo que vejam o filme, apenas não com as expectativas super elevadas como eu tinha à entrada para o cinema. 

Arrisco-me a dizer que o filme do Black Adam me divertiu muito mais do que o filme do Flash. Mas como tudo, opiniões são subjetivas. 

Se tivesse de dar uma pontuação ao filme, diria que 3 estrelas em 5 seria a melhor opção. O filme não deixa de ser divertido e de ter os seus momentos de glória, (especialmente naquela abertura), mas não acredito que seja um que o pessoal retenha na memória. 

Mas o que tu achaste do filme? Gostaste? Diz-me a tua opinião nos comentários.


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This Post Has One Comment

  1. Luiz Antonio

    Como o filme fez sucesso se nos Estados Unidos teve a pior abertura e pode nem chegar a 400 milhões e mais ainda não se pagar. Triste para o penúltimo filme do DCEU.