Finalmente o tão aguardado filme de Black Adam chegou aos cinemas. Um filme que prometia mudar a hierarquia do Universo DC, ou pelo menos assim o The Rock o apresentava. Pois bem, a hora chegou, mas será que realmente conseguiu aquilo que prometia? É o que vou escrever durante este artigo. E dar-te a minha opinião sobre o projeto que Dwayne Johnson trabalhou durante cerca de 15 anos. Este artigo não contém spoilers, por isso podes estar descansado/a nessa parte.
Para muitos o personagem de Black Adam é desconhecido, para outros um dos pilares mais importantes em todo o universo DC. No que toca ao público geral, que se desloca aos cinemas para ver um filme com um dos seus atores favoritos, certamente a primeira opção seria o caso. Não só Black Adam entra numa categoria de segundo linha no universo DC, como também todo o seu elenco de suporte, pode ser desconhecido do público comum.
Quando falamos da Justice Society of America, estamos a falar de personagens de 3º escalão na melhor das hipóteses. É certo que Hawkman e Dr. Fate podem ser reconhecidos dos desenhos animados, para quem assistia na infância, por exemplo à icônica série de animação da Liga da Justiça dos anos 2000, mas Atom Smasher e Ciclope não entram assim tanto nessa equação. Sendo apenas talvez reconhecidos pelos fãs das bandas desenhadas.
Ora, mas no que toca ao próprio Black Adam, ele está taco a taco com Superman, mas apenas no que toca a nível de poderio físico. Porque no campo da popularidade, esse já não é bem o caso. O fato de ser The Rock a interpretar o personagem, lançou-o drasticamente para o estrelato, tornando-se num dos personagens mais discutidos dos últimos meses pela internet. Afinal de contas, Tech Adam ganha vida no grande ecrã pelo maior ator em Hollywood atualmente.
O plano original da DC, consistia em introduzir Black Adam na sequela de Shazam, como seu arqui-inimigo, mas com um astro no plantel como The Rock, isso saiu claramente fora dos planos logo nas primeiras trocas de ideias. Dwayne Johnson, tem desejado – segundo as suas palavras – trazer Black Adam para o grande ecrã ao longo de 15 anos. E dessa maneira, ele não aceitaria menos que um filme a solo para introduzir o Governante de Khandaq. E como vimos no final do filme, essa não foi a única coisa que ele insistiu para que a DC fizesse neste filme. Mas falamos disso mais à frente.
O filme de Black Adam é exatamente tudo o que podemos esperar de um filme de banda desenhada, um enredo suficientemente sólido, com um plot algo simples, e com muita porrada durante sensivelmente 2 horas.
A DC fez um bom trabalho no que toca a introduzir Black Adam, dando ao personagem uma boa história de origem e suficientemente apelativa para nos prender ao ecrã durante a sua duração. Um dos pontos mais negativos, volta a ser a introdução de várias personagens num só filme, o que as acaba por jogar para segundo plano. Elas, e as suas próprias histórias de origem. Mas isso é normal. Afinal de contas, o nome no cartaz não é Justice Society mas sim Black Adam.
Ainda assim, a Justice Society ganha bastante destaque, o suficiente para nos inclinarmos na cadeira para o confronto entre a equipa e Black Adam. Todos têm o seu momento para brilhar, uns mais que outros, como é lógico, mas todos com uma ligeira profundidade para se tornarem interessantes.
Um ponto interessante que me deparei durante o filme, foi a escolha da DC de trocar o nome das BDs da Equipa. Nas comics, a equipa é conhecida como Justice Society of America, (ou Liga da Justiça da America, em português se quiserem), mas no filme, o estúdio optou por deixar cair a América do nome. O que pode apenas representar a globalização que os super-heróis estão a ganhar. E sinceramente não é algo que incomoda assim tanto.
Um dos pontos que tinha mais interesse de ver desde que o filme foi anunciado, era ver como eles iriam introduzir o Dr. Fate – que é um dos meus personagens favoritos – e deixem-me que vos diga, não desiludiram em nada. O Dr. Fate, apesar da boa representação de todos os personagens, é quem rouba a tela na minha opinião. Todas as cenas em que ele entra, são simplesmente cativantes, e os efeitos gráficos colocados neste filme, são simplesmente de deixar a boca aberta. Tudo parece bonito, e é como se fosse uma banda desenhada com talentosos desenhos a mexerem-se perante os nossos olhos.
Mas ninguém mais se destaca no campo visual do que o Dr. Fate. Talvez o momento que chega mais perto dessa montanha russa visual, seja o confronto de Black Adam com Hawkman. Ou mesmo a luta de Adam com Sabbac. Que acaba num momento literalmente retirado do Mortal Kombat… Fatality!!
A própria Ciclope é graciosa em todos os momentos que aparece no ecrã, mostrando os seus poderes de vento com grande estilo. Já Atom Smasher, é realmente a parte cômica da equipa, e o que também encaixa bem neste formato. E por muito que não quisesse admitir durante os trailers, ao ver o filme no cinema, não posso fugir às comparações que Atom Smasher parece realmente um Deadpool gigante. Mas… Até isso está bem aplicado.
Outro destaque que merece menção aos meus olhos, ou neste caso ao nível auditivo, é a soundtrack deste filme. A música apresentada durante o filme está simplesmente linda! E é algo que ainda não consegui parar de ouvir em loop desde a estreia do filme. Principalmente a música principal do filme. Que segundo o The Rock, dá vibes do Darth Vader, e eu consigo perceber o que ele quer dizer com isso. Porque é uma música épica que emana poder, e que nos momentos altos apenas dá vontade de proferir a palavra Shazam e deixar esta música levarmos em todo o seu poder.
E por falar em vibes… Se há coisa que este filme me dá, são vibes do nosso antigo amigo, Zack Snyder. Todo o filme nos apresenta cenários que parecem realmente dirigidos pelo Snyder. Desde as cenas épicas em câmera lenta até ao tom mais sombrio que caracteriza a DC. E não digam que esse isso é só nos filmes, basta ler uma dúzia de bandas desenhadas da DC para perceber que a vibe que elas apresentam, não é a mesma que a da Marvel, por exemplo.
Mas o tão apelidado “blueprint” de Snyder é visível neste filme, nem que não seja pela maneira como o Black Adam luta e se desloca pelo terreno, que nos dá uma sensação ‘a la Superman’. O fato de o filme me dar estas vibes de Snyder, deixa-me bastante feliz, porque, para quem já sabe, eu sou um apreciador tremendo da cinematografia que o Snyder apresentou, e acima disso, um defensor da sua ideia original. Não é à toa que continuo a achar Man of Steel um dos melhores filmes já feitos a nível de filmes de BD.
T-Shirt Marvel, DC, Star Wars + acessórios, só na Loja Geek. Visita!
Agora, a real pergunta que está em cima da mesa da Warner Bros., é se este filme tem a capacidade de chegar ao patamar de um bilião e de se tornar o filme com mais encaixe de bilheteira da carreira de Johnson. E a meu ver, pode ter esse potencial. Mas na realidade, penso que o filme ficará ali na casa dos 700 a 800 milhões. O que em si, é um incrível encaixe para o estúdio.
O filme também representa um ligeiro “soft reboot” do DCEU. E como The Rock disse numa entrevista recente, Black Adam representa um gênero de Fase 1 da DC. Ora e por estas palavras, podemos comparar este filme aos da Fase 1 da Marvel, e claramente dá para perceber o que eles pretendem com o filme. Comparando Black Adam a Iron Man, o filme é tudo que se espera para um início de franquia. De lembrar que em 2008, quando o Iron Man saiu, ele também era um dos personagens de segunda linha no universo Marvel, e não o épico que é nos dias de hoje.
Ao contrário do que li em algumas reviews do Rotten Tomattos, que mostra uma pontuação muito inferior do que acho que este filme merece, Black Adam mostra exatamente o que um filme divertido de banda desenhada deve ter. Enredo cativante, muita porrada e momentos épicos. Nem todos os filmes têm de representar algum tipo de “mudança no mundo”, às vezes tudo o que precisamos é de um filme divertido para nos fazer esquecer os problemas da vida real. Que é para isso que serve o cinema acima de tudo. Entretenimento com representatividade. E este filme tem que chegue nesse campo.
Em Suma
Para concluir, o filme, a meu ver, é muito bom e mal posso esperar para ver para onde levam este novo paradigma no universo DC. Principalmente com os pós-créditos. Que tenho algumas teorias de como o vão ligar a um futuro ‘certo filme’. Fica atento aqui ao site que vou escrever mais sobre o tema nos próximos dias.
A DC este ano, apesar de todos os problemas que envolveram vários projetos, estão a um excelente nível. E que nos apresentou até agora, 3 incríveis projetos. Falo claro, de Peacemaker, The Batman e agora, Black Adam.
Pontuação
No que toca à minha habitual pontuação cinematográfica, que apresento de 1 a 5 estrelas, acho que o filme faz o trabalho suficiente para merecer o valor de 4 estrelas. Apresentando algo simples mas também, algo épico ao mesmo tempo. E introduz mais um lote de personagens para o mundo, que merecem o seu destaque e serem reconhecidos pelo público em geral.
Mas esta foi a minha opinião sobre o filme. Agora quero saber a tua. O que achaste de Black Adam? Gostaste ou não? E, quais os pontos que destacas? Diz-me nos comentários abaixo.
Se quiseres falar sobre qualquer coisa geek, podes falar comigo, através do twitter ou Instagram ou Facebook do Tretas do Cromo, sobre isto ou qualquer coisa sobre a DC, Marvel, Star Wars, The Witcher e mais temas geeks.
Considera apoiar o jornalismo presente no site
Considera apoiar o trabalho feito no site, para que possa trazer mais conteúdo e de melhor qualidade, cada vez mais. Espreita uma das seguintes opções:
Obrigado pelo apoio.
Peacemaker: James Gunn Revela Personagem Misteriosa – Será Black Bison? Tudo que sabemos!
JOKER 2 É HORRIVEL! OU SOMOS NÓS? (Sem Spoilers)
Agatha: Análise 1º e 2º Episódios + Mephisto na Estrada das Bruxas?
Espreita também o Canal Youtube do Tretas do Cromo, e não percas nenhuma análise ou notícia sobre tudo que envolve o mundo geek.