SEGUE AS REDES PARA FICAR A PAR DAS NOVIDADES
Os Vingadores, a equipa de super-heróis mais icónica do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU), têm sido um fenómeno cultural e financeiro desde a sua estreia em 2012. Cada filme da saga principal – Os Vingadores, Vingadores: Era de Ultron, Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Endgame – não só elevou a fasquia narrativa do MCU, como também redefiniu o que significa sucesso nas bilheteiras. Com números que vão de 1,4 mil milhões a 2,79 mil milhões de dólares, os Vingadores tornaram-se sinónimo de eventos cinematográficos imperdíveis.
Agora, com Vingadores: Doomsday e Guerras Secretas no horizonte, os fãs e analistas especulam sobre o futuro financeiro destes filmes. Será que conseguem igualar ou superar os recordes anteriores? Neste artigo, vamos analisar os totais de bilheteira dos filmes dos Vingadores até agora, explorar os fatores que contribuíram para o seu sucesso e fazer previsões fundamentadas para os próximos capítulos da saga.
Os Números: Um Histórico de Sucesso nas Bilheteiras
Os quatro filmes dos Vingadores no MCU estabeleceram um padrão de excelência financeira que poucos franchises conseguem igualar. O primeiro filme, Os Vingadores (2012), arrecadou 1,52 mil milhões de dólares em todo o mundo, um feito impressionante para a época. Este filme marcou a primeira vez que personagens como Homem de Ferro, Capitão América, Thor e Hulk se uniram no grande ecrã, culminando a Fase 1 do MCU com um evento que capturou a imaginação do público global.
O segundo filme, Vingadores: Era de Ultron (2015), faturou 1,4 mil milhões de dólares, uma ligeira descida em relação ao antecessor, mas ainda assim um número robusto. Apesar de críticas mistas sobre o enredo, o filme introduziu novos personagens, como Vision e a Scarlet Witch, e preparou o terreno para os eventos futuros. A seguir, Vingadores: Guerra Infinita (2018) elevou a fasquia com 2,05 mil milhões de dólares, beneficiando do hype acumulado ao longo de uma década de filmes interligados e da promessa de um confronto épico com Thanos. Finalmente, Vingadores: Endgame (2019) tornou-se um marco histórico, arrecadando 2,79 mil milhões de dólares e posicionando-se como o segundo filme mais lucrativo de sempre, apenas atrás de Avatar (2009) na época.
“Endgame foi mais do que um filme; foi um momento cultural que uniu gerações de fãs”, afirmou Kevin Feige, presidente da Marvel Studios, numa entrevista à Variety em 2019. Estes números não são apenas impressionantes – eles refletem a capacidade única do MCU de criar narrativas que ressoam com audiências de todas as idades e culturas.
Fatores de Sucesso: O Que Impulsionou as Bilheteiras dos Vingadores
Para compreender o sucesso financeiro dos Vingadores, é essencial analisar os fatores que contribuíram para estes números astronómicos. O primeiro e mais óbvio é a construção de um universo cinematográfico interligado. Desde Homem de Ferro (2008), a Marvel Studios apostou numa estratégia inovadora: cada filme individual contribuía para uma narrativa maior, culminando em eventos de equipa como os filmes dos Vingadores. Esta abordagem criou uma base de fãs leais, que se sentiam investidos emocionalmente nas histórias e personagens ao longo dos anos.
Por exemplo, Guerra Infinita e Endgame beneficiaram de uma década de construção narrativa. O público já conhecia os heróis, as suas motivações e os seus conflitos, o que tornou o confronto com Thanos – um vilão introduzido gradualmente desde 2012 – ainda mais impactante. Além disso, a Marvel soube capitalizar o apelo global dos seus personagens. Heróis como Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Capitão América (Chris Evans) e Thor (Chris Hemsworth) tornaram-se ícones culturais, atraindo audiências de diferentes países e faixas etárias.
Outro fator crucial foi o timing dos lançamentos. Endgame, por exemplo, estreou em 2019, num momento em que o MCU estava no auge da sua popularidade. Após 22 filmes interligados, o público estava ansioso por ver o desfecho da Saga do Infinito. A Marvel também investiu fortemente em campanhas de marketing, criando um senso de urgência com slogans como “o fim está próximo”. Este hype transformou Endgame num evento cultural, com sessões esgotadas e múltiplas visualizações por parte dos fãs.
Por fim, a qualidade dos filmes também desempenhou um papel importante. Apesar de algumas críticas, como a receção morna a Era de Ultron, os filmes dos Vingadores são geralmente bem recebidos, com efeitos visuais impressionantes, sequências de ação emocionantes e momentos emocionais que ressoam com o público. A combinação de espetáculo visual e profundidade emocional garantiu que os filmes não fossem apenas blockbusters, mas também experiências memoráveis.
Contexto: Fatores dos Flops e Opiniões sobre o Declínio
Os flops recentes do MCU podem ser atribuídos a vários fatores, tanto internos como externos. Primeiro, há a questão da fadiga de super-heróis. Após mais de 15 anos de domínio do MCU, o público parece estar saturado. Filmes como Eternals (2021), que faturou 402 milhões de dólares contra um orçamento de 236 milhões, e The Marvels sofreram com a falta de entusiasmo, especialmente porque introduziram novos personagens sem o mesmo apelo emocional dos heróis clássicos como Homem de Ferro ou Capitão América.
Outro fator é a qualidade inconsistente. Ant-Man and the Wasp: Quantumania foi criticado pelo seu enredo confuso e efeitos visuais abaixo do esperado, enquanto The Marvels sofreu com uma campanha de marketing fraca e a ausência de promoção devido à greve dos atores em 2023. Bob Iger, CEO da Disney, admitiu que “The Marvels foi filmado durante a COVID, sem a supervisão adequada no set”, o que impactou a qualidade final do filme. Além disso, a dependência excessiva em narrativas interligadas, que exigem que o público acompanhe séries da Disney+ como Ms. Marvel para entender os filmes, tem alienado os espetadores casuais.
A nível de opinião, há quem aponte que a Marvel perdeu o foco narrativo após Endgame. “A Marvel voou perto demais do Sol, saturou o mercado com produtos ruins e agora nada chega perto do hype dos anos 2010”, escrevi em tempos no no X, e isso é a refletir o sentimento de muitos fãs online. A introdução do Multiverso, embora ambiciosa, não conseguiu replicar o impacto emocional da Saga do Infinito, e a falta de um “grande vilão” unificador, como Thanos, deixou as histórias fragmentadas. Além disso, a ausência de uma equipa sólida dos Vingadores desde 2019 tem diminuído o apelo dos filmes, já que os team-ups sempre foram os maiores sucessos do MCU.
Impacto nos Próximos Filmes: Doomsday e Guerras Secretas em Risco?
Os flops recentes podem ter um impacto significativo em Vingadores: Doomsday e Guerras Secretas. Por um lado, há razões para preocupação. A confiança do público na Marvel está abalada, e filmes como Captain America: Brave New World mostram que mesmo personagens estabelecidos não garantem sucesso. O orçamento de Doomsday já é motivo de alarme – relatórios indicam que os custos de pré-produção atingiram 8 milhões de dólares até junho de 2024, três vezes mais do que Quantumania na mesma fase. O custo combinado de Doomsday e Guerras Secretas pode ultrapassar os 2 mil milhões de dólares, o que significa que os dois filmes precisam de faturar pelo menos 4,8 mil milhões juntos para serem considerados um sucesso financeiro, igualando Guerra Infinita e Endgame.
Por outro lado, há fatores que podem jogar a favor. Doomsday traz de volta os irmãos Russo, que dirigiram os dois filmes mais lucrativos do MCU, e apresenta Robert Downey Jr. como Doutor Doom, uma escolha que, apesar de controversa, pode atrair fãs nostálgicos. Guerras Secretas, como o culminar da Saga do Multiverso, promete um crossover massivo com X-Men e Quarteto Fantástico, o que pode recriar o hype de Endgame. Previsões otimistas, como as do site 9meters, sugerem que Doomsday pode abrir com 1,2 mil milhões de dólares globalmente, superando potencialmente o recorde de Endgame, e atingir 1,8 a 2,2 mil milhões de dólares no total. Guerras Secretas é projetado para 2,5 a 3 mil milhões de dólares, com potencial para ultrapassar Endgame se a Marvel recuperar a confiança do público.
No entanto, há opiniões céticas. “Doomsday precisa de ser monumental como obra para não fracassar”, ressoam as opiniões no reddit, ecoando a ideia de que a Marvel precisa de mais do que nostalgia para vencer a fadiga do público. Se Doomsday não entregar uma história coesa e emocionalmente impactante, pode sofrer o mesmo destino que filmes recentes da Marvel, como Thor: Amor e Trovão, especialmente num mercado onde o streaming compete diretamente com o cinema. Em contrapartida, DEadpool e Wolverine conseguiu passar a marca de um bilião, sendo um dos poucos filmes da fase 4 a 6 a fazê-lo, e muito disso se deve à boa história apresentada.
O Futuro dos Vingadores: Recuperar a Magia ou Afundar no Multiverso?
Em resumo, os Vingadores já foram sinónimo de sucesso garantido, com Endgame a atingir 2,79 mil milhões de dólares. Mas os flops recentes, como The Marvels (206 milhões) e Quantumania (476 milhões), mostram que o MCU enfrenta desafios reais: fadiga de super-heróis, qualidade inconsistente e narrativas fragmentadas. Estes problemas podem impactar Doomsday e Guerras Secretas, que precisam de números elevados para justificar os seus orçamentos astronómicos.
Ainda assim, a Marvel tem armas para reverter a tendência: diretores experientes, crossovers épicos e o apelo de personagens icónicos. Se Doomsday e Guerras Secretas conseguirem recapturar a magia de Endgame, podem não só salvar o MCU, mas também estabelecer novos recordes. Caso contrário, o futuro dos Vingadores pode ser mais sombrio do que o esperado.
